quarta-feira, 23 de maio de 2012

Alinhamento de 20 de Maio


Eu preciso dizer que a energia destes últimos dias foi extrema e imensurável para um ser humano normal como eu. Monstruosa de forte, cortou várias camadas de realidade, transformou, limpou, libertou, devastou. Foi dureza.
Para mim estava difícil até dirigir alguns dias, pois a luz solar estava incrivelmente brilhante (você percebeu?).
As crianças sentiram também, através de alguns mal-estares, náuseas, dores de cabeça ou pouca vontade de se mexer ou de comer alguns alimentos.
Coisas antigas foram acordadas nas almas, situações largadas no limbo da vida, modos antigos de ver e viver a vida, tudo foi levantado para o ar.
A energia foi lançada através do Cosmo e o alinhamento de 20 de Maio criou o que se pode chamar de "um verdadeiro túnel" por onde ela pôde caminhar certeira e chegar como um raio no coração do nosso planeta. Chegando lá, bem no centro, criou uma explosão fenomenal de energia combinada - cósmica e planetária - e sacudiu as realidades. Várias e várias camadas foram afetadas - físicas, emocionais, mentais e espirituais - e tudo ao redor não foi poupado.
Hoje, nossas auras não são mais as mesmas. Foram alteradas significantemente.
Alguns pontos planetários que continham memórias passadas - principalmente as coletivas como guerras, mortes em massa, sofrimento por pestes, epidemias, loucura, ou qualquer tipo de pensamento ou ação equivocada - foram varridos por esta onda que nos atingiu. Sem escapatória.
Quem consegue ver as várias camadas de energia que circulam pelo planeta se sentiu em um verdadeiro "fim dos tempos". E foi mesmo. Neste alinhamento o mundo sutil como conhecemos, terminou.
Muitas comunidades espirituais estão em processo de adaptação. Conversei com vários colaboradores espirituais de centros kardecistas, umbandistas, xamânicos, católicos, budistas, celtas, e todos amigos sutis que tive oportunidade. A vida nos planos espirituais do planeta está alterada, e todos sem exceção estão reaprendendo a fazer suas funções. Até os elementais da natureza estão se alterando!
É uma divina lição de humildade, vários mestres e entidades de tanta luz, simplesmente reaprendendo a realizar atividades que já cumprem com perfeição por milênios.
Isso é evoluir. Sair do último degrau da escada já trilhada, e aceitar o primeiro degrau da próxima que chega.
Para nós, humanos encarnados e um pouco cegos para o óbvio que nos cerca, esta é a verdadeira lição. Ninguém sabe mais nada agora, ninguém tem a chave da felicidade ou do saber. Ninguém pode tomar para si a condução dos outros integralmente, como se soubesse como chegar lá. Ninguém mais sabe.
Isso pode parecer desesperador. Mas também pode ser completamente libertador.
Quando ninguém sabe mais que o outro, quando a nossa experiência se torna apenas individual e intransferível, um novo mundo nasce. Um mundo onde todos podem ser igualmente sábios e aptos a escolher. Um mundo onde todos podem dar opiniões sobre suas vidas, podem mudar de idéia, podem voltar atrás ou seguir novamente. Um mundo onde nossa principal riqueza volta a ser o que existe dentro de nós.
Esta onda de energia, varrendo tudo, nos deu um presente maravilhoso: a igualdade. Agora, somos todos iguais, trilhando o primeiro degrau da escada. Libertando nossa luz, somos todos capacitados para brilhar.
O trabalho de cada um agora é mergulhar para dentro de si mesmo e perceber o que foi afetado em sua alma. O que quebrou, o que mudou, o que simplesmente se foi. Não se pode fingir que nada aconteceu! Imagine os dons maravilhosos que podem surgir destas mudanças e nem serão aproveitados se fizermos de conta que não sentimos nada!
Chega de perguntar o que se deve fazer, de seguir os passos dos outros e de adotar idéias compradas. A resposta é exclusivamente sua! E a responsabilidade por encontrar sua paz, também.
""Ah, mas alguns vêem um pouco mais além", você pode pensar. É verdade. Alguns vêem mais além, outros conseguem analisar melhor, têm mais foco, ou tem mais força para seguir em frente. Cada um tem sua capacidade especial, como sempre foi.
O que podemos fazer é somente oferecer o que temos de melhor ao Todo, a cada um que cruza nossa estrada, e brilhar nossa luz. A escolha de aceitar ou não este dom, e o caminho a seguir depois disso, é de cada um. E todos merecem nosso respeito pelas suas decisões. Inclusive nós mesmos.
É difícil ainda ter uma idéia exata do ponto que todos podemos chegar, através de tantas  transformações e oportunidades nesta época tão especial. A cada dia novas e novas informações são geradas, e novas realidades são percebidas. O jeito é viver os dias um a um, aproveitando o máximo que se pode deles. E ficando esperto para não se perder no caminho.
Hoje, é dia de chacolhar a alma, deixar a energia agir e jogar a poeira fora. Amanhã, quem sabe?
Um dia chegaremos todos ao tal ponto desejado por cada um de nós nesta experiência única. Mas por enquanto o que interessa mesmo é o caminho para chegar até lá.





sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ser Divina


Eu sou mãe. Eu já assisti a vida renascer. Ou melhor, já fui canal para que ela se recriasse através da minha luz e sangue.
Pois é. Grande caminhada a nossa. Nascer, morrer, renascer, ir embora novamente, tantas e tantas vezes, até se perder a contagem. Tentar. E retornar. E tornar a tentar. E em cada nova tentativa, um ventre acolhedor proporcionando o início da jornada. Uma história sem fim. Bom, até o que podemos compreender...
Mas seguimos. Porque somos divinos. Mesmo que nossos corpos mortais digam o contrário. E quando ousamos acreditar no contrário, algo acontece para nos colocar novamente de encontro com a verdade. Como uma vida que nasce a partir de um ventre vazio. E muda todo o mundo. Pelo menos o mundo que a acolheu dentro de si. É inevitável a sensação, mesmo para quem não a desejou. Nem que seja por um segundo apenas, temos a sensação de divindade.
Eu me senti divina. Talvez por me sentir capaz de acolher um milagre. Talvez porque este milagre depois tinha olhos, mãos, um corpo e toda uma história tão importante quanto a minha. E esta história começava justamente dentro do meu ventre. Aquilo era absolutamente divino. Não houve dúvidas para mim.
Mas tudo é muito, muito maior do que parecia naquele momento mágico da vida. Afinal, vida é evolução. Neste mundo restrito, estático e pragmático, através das descobertas e desafios que a maternidade trás, comecei uma longa caminhada de questionamentos, buscando respostas para sentimentos que surgiam.
Os filhos crescem, outros nascem, as histórias vão se ampliando e ficando cada vez mais complexas, tomando corpo e estrutura individuais. Afinal, não somos os nossos filhos, e pouco a pouco eles serão cada vez mais "eles" do que "nós". Um dia, eu não poderia mais gerar filhos, afinal. Estaria a minha divindade apenas na minha vontade eterna de vê-los cada dia mais felizes, e de me entregar de corpo e alma a esta tarefa?
A resposta é que a divindade não reside apenas na criatura, mas principalmente na criação. Foi o que demorei a entender.
Algo maravilhoso, extraordinário e transcendente acontece no milagre da vida. Algo que nos coloca no total poder de nossa Luz, nos eleva, ilumina, elucida, engrandece. Algo tão, tão forte e significativo que nos coloca perto do que entendemos por Deus, e por isso mesmo, pode não ser compreendido facilmente. Um Poder Maior entregue nas mãos de todo e qualquer ser humano, mas que cada um deveria buscar individualmente a sabedoria para usá-lo. O poder de fazer amor.
É incrível como algo divino e único pode nascer onde não existia absolutamente nada. Do vazio, da escuridão e do silêncio, de repente, a vida se faz. E tudo o que se precisa fazer é simplesmente verter amor. Só isso.
Ter capacidade de ser mulher por completo, de entregar a outro ser o seu corpo e sua alma de luz, e acolher sua energia dentro de si, é a divindade. Ser o berço para a união entre duas energias supostamente opostas e transformá-las em complementares, é o milagre. Se este ato gera um fruto tão especial, é a consequência da magia, o presente final, a concretização do ato, não o milagre todo.
Em uma sociedade que santifica uma mulher "virgem" por ter gerado o fruto mais belo e puro de todos, é compreensível que se  santifique os filhos, que se glorifique a maternidade como pura doação e entrega, que se eleve a mãe ao altar de "santa", e que se projete nos frutos toda a magia da criação. Mas o que é ser mãe?
Eu não quero ser "santa". Eu quero ser divina, o que é muito diferente. Quero ser capaz de verter minha magia antes, através e além das minhas filhas. E ensiná-las a fazer exatamente o mesmo: serem mulheres completas e realizadas, que erram, mudam, vencem, sofrem, mas vivem intensamente, acima de tudo.
E nesta bela jornada, se escolherem gerar seus próprios frutos na matéria, serei uma feliz avó. Se esta não for a missão de suas almas, quero que sempre sejam divinas, da sua forma.
Como milhares de irmãs em espírito, eu sou mãe. Já assisti a vida renascer a partir de mim. Mas foi com entusiasmo que entendi através de tantas buscas, que isso somente foi possível porque antes, fui mulher. Canalizei o mais puro divino feminino no meu coração e me abri sem hesitação para o amor que me completava. Uni. Reuni no meu ventre o maior dos potenciais humanos, escancarei minha alma para o incerto, confiei meu corpo e meu futuro ao Universo de Luz, e fui abençoada pelo Amor Universal em forma de uma bela criança. Isto tem que ser divino!
A divindade não está em cuidar eternamente esquecendo de si mesma.  A divindade está em se ter alcançado o ápice do milagre humano da vida. A divindade está na total consciência do poder do seu corpo e da sua alma e na coragem de utilizá-los com plenitude, seja para si, seja para quem escolher como merecedor.
Desvendar, defender e elucidar esta verdade tem sido minha missão pessoal desde então, mesmo sem saber, no início, que era exatamente o mesmo mistério que um dia jurei proteger e me trouxe tantos problemas. Mas esta história eu conto outro dia...


Que seja belo e iluminado o domingo de cada mãe! Que sua alma relembre, celebre e verta sua divindade de mulher em cada presente aberto e a cada abraço apertado. E que depois que este dia termine, que volte ao seu Templo de Luz Pessoal e diga sinceramente à sua alma o quanto vitoriosa e merecedora você é. 
Que seja Amor-próprio o seu maior presente.
Que seja "Bendito o fruto do vosso ventre", queridas mães! Mas que seja igualmente bendito, o seu ventre que gerou o fruto!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Reencontro


Uma nova fase da história...



Há sempre um mistério dentro de cada ser humano. Não um mistério que explique a origem da vida, a ordem universal ou o destino da humanidade. Há um mistério único e especial, um pedaço de luz que guarda sua origem individual, sua história. Um mistério não muito comentado, mas que no fundo, é a resposta para tudo o que se procura entender ao longo da vida, mas se busca fora de si. Ali dentro está sua caminhada, suas escolhas e consequências, e principalmente, suas dores.
Principalmente, sim, porque a grande sabedoria está na dor. Mesmo que nada cultuada, amplamente evitada e temida, ela existe dentro de todos nós, sem exceção. Dentro de cada lágrima há explicações para os medos, as condutas equivocadas, as tendências repetitivas de se procurar errado e nunca encontrar o que se busca. Há um mundo individual lacrado e secreto dentro de cada ser humano, um mundo que sofre negação e ignorância por puro medo da sua força.
A dor vivida é uma das maiores forças do mundo. É fácil sobreviver a uma tarde de sol, a uma bela festa de aniversário, uma promoção ou uma conquista almejada; qualquer um pode sobreviver a isto sem problemas. Mas e o que dizer sobre uma frustração, uma traição, uma perda, um corte na alma (ou na carne)?
Dentro de cada ser humano se guarda seus limites pessoais para cada situação, suas tentativas de acerto e superação. Lá dentro está escondido o quão longe já se foi e o que se sofreu para fazê-lo. E acessar tudo isso dói. E muito.
Por muito tempo escuto em vivências e terapias que olhar para o espelho não é fácil. Dizem isso sempre, como se fôssemos monstros horríveis precisando reconhecer a própria monstruosidade. Como se nossa verdade chocasse. Como se nunca mais poderíamos nos enxergar com amor e beleza depois deste momento temido.
Para mim tudo era um pouco mais acessível, porém. Sempre convivi com lembranças passadas que brotam todos os dias das minhas entranhas de luz. Ou de escuridão. Elas se mostravam sempre, confusas às vezes, e nunca houve como negá-las. Depois de muito tempo percebi que só havia uma coisa a fazer.
Bom, eu encarei. Por meses, e meses, por anos a fio. Sem parar para respirar, sem refugo ou pausas. Apenas um enorme e controverso caminho que, apenas depois de muitos passos já vencidos, descobri não ter volta. Não há como esquecer do que já se sabe. Não dá para fingir que não se viu.
Há medo e dúvida. Há revolta e desespero. Há negação e mágoa. Há silêncio e às vezes um vácuo perturbador. Há momentos de doçura, entretando. Momentos de auto-compaixão, de auto-entendimento e de alívio instantâneo. Há compreensão das nossas maiores dificuldades, e aceitação de erros que são apontados por todos sem que se possa lidar com eles.
Mergulhar no próprio mistério é encarar a coragem de ser humano. A coragem de se aventurar na matéria, de se esquecer de quem é, da luz que carrega, e simplesmente existir por fé na vida. Começar tudo de novo, e seguir.
As lágrimas rolam novamente nas faces, e dores no peito são libertadas com muito suplício. Muita coisa a perdoar, a transformar. Muita coisa a esquecer.
Ciclo curioso: lembrar para esquecer. Mas na verdade não se esquece. Apenas se liberta, para não mais doer. Até sentir que algo quente e calmo surge na alma. E lá no fundo, depois de muito, muito enfrentado, há, finalmente, o Amor.
Quando se consegue sentir Amor, mesmo sabendo de todo o tormento transcorrido, se alcança finalmente, a paz. E paz é algo muito, muito bom. Tão bom que não se pode vender no mercado, ou conquistar com meia dúzia de vidas conturbadas. Não a conhecemos fingindo ser alguém que não somos, dando aos outros o poder de resolver nossos problemas, ou negando dores que sentimos. Paz de verdade é objeto de trabalho duro. E enfrentador. Enfrentando a dor.
Este mergulho é elucidador, e muitas vezes não apenas para quem o enfrenta. Encarando o meu próprio, percebi que dentro de cada um de nós existe uma pequena parcela da história de todos nós. Parcelas complementares e iluminadoras, que unidas podem desvendar o que quisermos saber. Por isso é tão importante que todos o enfrentem, em algum momento de sua existência. Porque todos nós precisamos saber. E despertar como humanidade.


De nada adianta ser o único desperto. A chave não está aí. A resposta está na união dos mistérios, na iluminação coletiva das verdades. Aí mora a grande virada.
Sabendo disso, trabalhadores se levantaram. Por anos, muitos de nós se dedicaram de corpo e alma a este objetivo. Trabalhamos para que mais e mais pessoas encarassem este desafio através das nossas energias e canais. Algumas vezes foi muito gratificante. Outras, infinitamente frustrante. Mas não importa mais.
Hoje, a grande meta é realmente individual. Lógico que facilitadores podem continuar a conduzir outras almas através de suas caminhadas pessoais, com a mesma dedicação e amor que fazem há décadas, mas hoje seu poder se torna cada vez mais limitado, porque a escolha é pessoal e intransferível. Somos, cada vez mais, apenas um dedicado suporte de trabalho. E isso já é muito para se realizar!
Depois de encarar o abismo e de me esfacelar, depois de ver meus cacos e me juntar, desisti da tarefa de levar outros pela mão. Não porque não seja uma tarefa bela e importante. É. E muito. Mas porque na elucidação do meu mistério encontrei outras funções para minha verdade.
Então, minha forma de agir será em compartilhar o que vivi. Há um mundo neste mergulho, pedaços de mim que cabem dentro de muita gente, e será sua essência que procurarei colocar neste espaço.
Há um mistério dentro de cada ser humano. Seja bem-vindo ao meu. Se encaixe onde sentir vontade. Adote o que te fizer sentir Amor. E crie suas próprias asas para dentro de si mesmo.