quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Dor de Índigo


Sem histórias


Eu continuo sonhando.
Não sei ainda dizer se é defeito ou qualidade, mas continuo.



Tenho visto como é complicado ser diferente, mesmo quando não se quer. Meu trabalho com crianças índigo e cristal tem me ensinado como é importante ser olhado, amado, alimentado, admirado e incentivado, seja qual for a nossa natureza.

Ter energia diferente pode ser uma bênção, ou uma maldição. Neste mundo onde tudo é regrado, engessado, etiquetado e pré-programado, eu acredito que a maldição parece a opção mais comum. Infelizmente.


Vejo adolescentes e adultos índigos inconformados com a vida que assistem, com a sociedade hipócrita e moralista da qual fazem parte, sedentos por mudanças. Vejo alguns questionando seus pais e professores,criando novas formas de ver coisas tão comuns e aparentemente imutáveis, e criando muitas confusões. Sem compreensão, ou condições para entender o que sentem, criam dor onde deveriam criar luz.

Mas vejo todos buscando sua história, incansavelmente, apesar das dores e frustrações que sentem e criam nos que cruzam seus caminhos.

Eles querem - e devem querer - mudanças! Eles sabem que não há felicidade em casamentos de aparência dos seus pais, que vestidos novos ou carros caros não alimentam almas, que cargos de sucesso não consertam vazios da vida, que Deus não quer dizer pecado e castigo, que somos todos iguais, e portanto livres para viver nossas próprias escolhas.

Não aceitam "não é possível" ou "porque é assim" como resposta. Não se contentam com o que já existe. Gostam de poesias e livros de mistério, ou música, ou dança, mas querem tudo isso no seu próprio ritmo. Podem fazer sonhos serem reais.

Por que têm que esperar anos para aprender o que podem assimilar em meses? Por que precisam aprender matemática exatamente da mesma forma que foi ensinada há séculos? Por que sua visão de mundo deve ser segmentada, se eles podem unir ciência, espiritualidade e música em um mesmo pensamento? Por que chamar de dogmas, conceitos que para eles parecem tão comuns, como o nascimento, a morte, o divino, o amor?

Nada para eles é oculto, porque oculto para o índigo é apenas aquilo que se precisa fechar os olhos para enxergar. Apenas isso. Oculto não é o inalcansável, difícil, errado, distante, proibido, temido. É apenas e simplesmente oculto. Aquilo que se vê quando se está no escuro da alma.

Mas alguns sofrem com isso. Procuram entendimento e aceitação, tentam explicar como vêem a verdade da vida, mas encontram revolta e desespero nos olhos que os rodeiam.

Afinal, quase todo mundo deseja um filho normal: que estude normalmente, que aceite as regras normalmente, que se encaixe na sociedade normalmente, que tenha amigos normais, objetivos normais, crie uma vida normal, tenha uma carreira de respeito e próspera, que encontre um parceiro ou parceira normal (do sexo oposto, inclusive) e encha sua vida de filhinhos normais, os netinhos desejados pelos seus amorosos pais normais.

Lendo isso, você sente desespero? Dá vontade de sair correndo ou gritar? Pois é. Então você nasceu índigo, ou já aprendeu a vibrar a sua energia, depois de muita transformação na vida. Senão, se achou toda esta idéia "normalmente" aceitável, você deve estar fazendo algum índigo sofrer. Pode acreditar.
Se você tem filhos - ou netos, sobrinhos - e planejou sua vida como se eles fossem coadjuvantes da sua história, você pode estar criando sofrimento. Se as surpresas da vida são vistas como frustrações, se sempre pensa que queria que tudo fosse assim ou assado quando era mais novo, que sonhava com tal vida em família e tal futuro para seus filhos, você está sofrendo, mas o pior é que está levando um índigo potencialmente pronto para transformar o mundo a se degradar apenas para te agradar. Ou pode perdê-lo.

Porque eles sofrem. E reagem como podem. Sem amor, ou apoio, alguns se desesperam. Usam drogas ou álcool para conseguir enfrentar seu dia a dia de incompreensão. Outros rompem com as famílias e se unem a iguais para seguir em frente com seus sonhos. Muitos são bem sucedidos, mesmo assim. Outros desistem de viver.

E tenho notado outros, menos óbvios e fora das estatísticas mais conhecidas, mas nem por isso menos preocupantes: ou que se negam, ou tentam se adequar.

Os índigos que se obrigam a viver como "seres adequados", se fecham, e acabam aceitando que tudo que acreditavam era apenas um sonho. Olham em volta, vêem suas tentativas frustradas como provas de sua incompetência e resolvem aceitar a maré que os envolve. Se tornam pessoas medíocres, pequenas e frustradas, um mínino daquilo que poderiam ser, se livres das correntes de paradigmas e valores da sociedade.

Mas isso não é o pior. Tenho presenciado vários problemas de saúde gerados em seus corpos físicos, por conta da instabilidade dos seus corpos emocionais e mentais. Estão adoecendo.

Escuto relatos de desmaios, enxaquecas fortíssimas, problemas gástricos e intestinais crônicos, dores de coluna e articulações que limitam suas vidas gravemente. Sei que devem existir muitos outros sintomas, mas infelizmente, não posso encontrá-los todos e dividir com eles suas dores.

Mas mesmo assim, me dói.

Penso por aqui, eu mesma, sozinha, o que posso fazer a mais para ajudar? Minha própria energia índigo frustrada já me deu algumas dores que preciso tratar...


E olhando para minha janela, suspiro profundamente ao céu azul (anil, não índigo), peço ajuda, e sinto sem perceber a certeza de que tudo sempre é como deve ser. Alguém sempre chega, se esta for a verdade maior. É tudo parte de um plano maior ao qual não temos acesso consciente.

A maior qualidade do índigo afinal, está na fé em si mesmo. Ele sabe que faz parte de um todo e que alguém sempre fará a diferença em algum outro lugar.



Aqui da minha janela respiro todos eles, por alguns instantes. Olho em volta, vejo meus amigos que me fazem pensar que tudo ficará bem.

Então, posso continuar sonhando. Prefiro acreditar que esta seja a minha maior virtude.






8 comentários:

  1. Amor pra vc tbm irmão querido... Te sinto... :-)

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  2. nossa,sou eu. que bom que tem gente que me entende, tenho 29 anos e não me encaixo em nada.

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    1. Mas vc não foi feito para encaixar! Vc foi feito para desencaixar o mundo e criar as novas formas de compreensão e valores!
      Esta é sua magia.
      Obrigada por participar!

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  3. Re li com o coração aberto e agradecida por ter aprendido tanto com o meu índigo aqui de casa.
    Vou compartilhar esse texto tão explicativo e lindo.

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    1. Vc é uma mãe guerreira, aberta e dedicada. Nunca somos perfeitos, erramos sim neste caminho tão complicado, mas errar com amor é quase igual a acertar... Pois é o caminho pra verdade. Aprendi muito com.seu Indigo tbm... Grandes abraços de Luz!!!

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  4. Me identifiquei demais com o texto. A beira de fazer 30 anos, não quero casar nem ter filhos, não fico muito tempo num emprego pois costumo dizer que é como estar num reality show e por ter uma visão artística e espiritual da vida (ao em vez de comercial) nunca consegui terminar uma faculdade pois ficar 4 ou 5 aos estudando algo que se odeia só pra exibir um canudinho não me faz sentido. Pra completar moro com meus pais, mas sinto que tenho um papel aqui. O me me deixa mal não é ser índigo em si, é mesmo a incompreensão, os deboches e más interpretações, pois me passo por alguém que "não quer nada na vida", "não quer crescer" mas não entendem meus gostos e visões.
    Agradeço o texto ele fe fez muito bem.

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    1. Que bom que o texto te fez bem... :-)
      Acredito que a maior dificuldade do indigo é descobrir sua missão. Enquanto ele não descobre tudo parece sem sentido pra ele. Costumo aconselhar a todos que se preparem enquanto não descobrem! Isso mesmo! Façam os cursos, realizem.as vivencias que puderem, tenham vidas ativas e com muitos saldos pra guardar. Nestas idas e vindas o objetivo acaba aparecendo, e um dia vc sempre acha função pra tudo que aprendeu no caminho. Afinal a.vida na Terra é um grande aprendizado, não acha?
      Somos um arco-íris de possibilidades... O melhor que fazemos por nós é desapegar da dor e viver amor por.esta oportunidade, querido!!! Seja Luz!

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  5. Mito interessante o texto. creio que muita gente se sente assim e se desespera para se encaixar em tribos e padrões, esquecendo suas essências. Que bom que existem pessoas sensíveis como você. Li também sobre espíritos Outsiders, que é algo bem parecido.
    Boa noite :)

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