quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Portal 11:11 - Conseguimos!



Uma história
Momento de espera. Ou de trabalho. Apesar de ser apenas um momento, era o esperado por décadas de esforço e sonho.
O corpo se tornava mais leve – ou mais pesado, afundado ao chão, quem sabe? – e a alma transcorria estradas internas e externas, fazendo voar.
Arrebatado por ventos e canções, meu espírito encontrou pouso no ponto mais alto de uma nua montanha. À frente, um abismo infinito me separava da continuação da estrada. Atrás... Bom, eu não me virei para trás.
Apenas uma frágil ponte de madeira e corda balançava entre os dois penhascos, unindo-os de maneira sutil, mas real.
Atravessá-la foi meu único pensamento, e o andar, silencioso e verdadeiro. A cada pedaço de tábua que tocava meus pés, meu coração se sentia mais leve e próximo de algo novo. Pensava em coisas que iam, coisas que seriam, coisas que não eram mais.
E, não, eu não olhei para trás.
Quando finalmente meus pés pisaram em terra firme, olhei para a nova paisagem, e vi águas brotarem da terra, por todo lugar. As novas corredeiras criavam caminhos novos, lavavam campos e vales, contornando rochas e cidades, iluminando tudo que tocava. Águas, por todos os cantos que podiam brotar.
Fechando meus olhos, sorri sem perceber, e senti naquelas águas, então, doces lágrimas da Mãe, emocionada pelo amor que recebia, pela liberdade que conquistava, pela missão que cumpria. Era a Mãe retornando aos seus filhos a prosperidade e abundância que apenas o seu seio pode oferecer.
Mas apesar de toda a água, havia calor, o chão pulsava quente, revelando um coração ardente que acolhia os primeiros sonhos de uma nova era.
Finalmente, o sol estava acabando de nascer. Voltei meus olhos ao céu, e a Luz me tomou por completo, invadindo meu ser e transformando tudo ao meu redor.


A paisagem se tornou completa de alguma forma, parecia que o esperado acontecia. Demorei alguns segundos para entender que a completude que sentia era o casamento cósmico e sagrado. O Sol brilhava e era o Pai dizendo que abençoava a caminhada, e iluminava o novo caminho a seguir. E com isso, acariciava a Mãe, aquecendo-a, abraçando-a, e deixando tudo mais claro para que ela seguisse.
Só então quis olhar para o percurso percorrido. Não havia mais ponte alguma, apenas um imenso abismo que separava dois mundos, diferentes, mas verdadeiros o bastante para fazerem parte da mesma história. Não havia mais troca. Ou volta.
O sol brilhava à minha frente, e me permiti o silêncio dourado dos momentos de paz.
Estava tudo bem. A ponte havia se dissolvido, o passado havia ficado para trás, mas dormia, seguro que era honrado e amado. Somente não era mais vivido.
O céu se tornava laranja contrastando o azul de sempre. E novas canções podiam ser ouvidas.
Pessoas cantavam uníssonas, muitas, milhares delas. Todas invocavam luzes internas, e brilhavam diante dos seus próprios corações.
Eu, acostumada que estou a cantar canções da alma, me emocionei, e como a Mãe Terra, chorei. Eram muitas, mais, muito mais que em qualquer outro momento. Queriam o mesmo, queriam amor, respeito, e liberdade. Queriam entender, viver, compartilhar. Queriam chances de mostrar quanta Luz carregam e podem fazer brilhar. E fizeram. Fizeram mágica.
O ar se tornou mais límpido, ficou mais fácil respirar. O verde das árvores cantou sons de alegria e quase podia se comunicar. O coro das quedas d’agua se unia às cidades em polvorosa. O mundo ainda buscava progresso, mas em compasso com a beleza que faz dele especial e pleno. Crianças sorriam, enquanto senhores estudavam teses e experimentos. Flores se abriam, enquanto novos equipamentos garantiam a vida com facilidade e limpeza.
Era a mágica acontecendo. E eu podia simplesmente olhar.
A humanidade cantava uma canção de várias línguas, que parecia perfeita e ritmada. E sua casa permanecia cada vez mais calma, percebendo que agora poderia pensar em descansar um pouco.
Foram segundos. Um momento. Em um momento uma pequena parte da humanidade fez uma onda de limpeza e renascimento correr pela Terra, transmutando sua aura, suas dores, seus medos, seus dilemas e equívocos. Um momento para se acreditar que sentir e pensar amor é a força mais poderosa que existe.
Era amanhecer. Eu via casas e prédios contra o sol que nascia, e sentia estar à frente de uma pintura de sonhos.
Eram isso. Sonhos. Eles simplesmente foram libertos, de todos os corações, em um único momento.
Quando os segundos se findaram, eu me vi deitada novamente, respirando ofegante, diante do meu altar. Sentia minha alma livre, atemporal, plena de passado, presente e futuro e apenas sabia que nada mais poderia ser igual. Nada mais será.
E pouco a pouco, todos que fizeram a escolha, sem exceção, sentirão que suas pontes ruíram, e está tudo bem. Existem novas metas para buscar, e ainda podem – e devem! – caminhar.
Abri os olhos ainda marejados, e vi a imagem da Senhora em seus cabelos de fogo, seu olhar penetrante e sua aura de Luz.
“O ciclo se completa com louvor e glória. Cada pedaço de amor – ou dor – volta ao seu lugar de origem, e todos podem ser divinos dentro da sua Luz. Cada um encontrou sua escolha ao espelho, e não há mais momentos de filhos ou pais. Somos todos Um. Gaia encontrou o caminho na elipse da evolução, e seus filhos a elevaram até o ponto de encontro com o que ainda virá. Ela fez por eles, eles retornaram por ela. Ela aceita seus esforços, e os ajuda a se libertarem de suas dores.”
E olhando para mim com aquele olhar (aquele que atravessa a alma, te desnuda e aquece ao mesmo tempo) ela sorriu.
“Já pode descansar. Gaia recebe de volta o que entregou a você e a suas irmãs. A parceria não se finda, apenas cria asas, cresce e se liberta. Agora restam deusas, que voam através da Mãe que as criou. E aos poucos se lembrarão do que são, e o que se guardava por trás dos véus do trabalho que agora se cumpre.”
Não pude dizer nada. Observava em silêncio o meu coração explodir em luz e cor.
E fiquei ainda ali, por algum tempo, compreendendo, agradecendo e amando, o que acabáramos de realizar.

Ainda há muito a fazer

O último Portal 11:11 se manifestou, com um sucesso jamais visto na história da humanidade. É particularmente especial o fato de tantos corações vibrarem Luz em meio a um mundo cercado de equívocos, de valores materiais ilusórios e com tanta sede de justiça.
Mas aconteceu. E tudo mudou, mesmo que a maioria diga que não.
Mas o que aconteceu?
Todos os sonhos foram alimentados pela Nova Energia. Quem ousou sonhar naqueles momentos de mentalização coletiva, ou mesmo nos últimos anos de tantas transformações, sabe o que digo. Tudo agora parece mais perto da realidade.
Nossa Fé foi alimentada. Não a Fé em algo criado, em histórias contadas em livros sagrados. A Fé em nós mesmos, e no que podemos realizar, a Fé na nossa própria divindade. De repente, ficou possível.
Não que ficasse fácil, ou instantâneo. Teremos desafios e questões a resolver, nós sabemos disso. Não ficamos tolos e irresponsáveis. Nós apenas acreditamos e tudo ficou plenamente realizável. Isso é maravilhoso!
A Nova Energia brilha do centro da Terra, e só pode ser acessada pelo coração. Não pela visão romântica do coração, mas pela visão espiritual: aquele que carrega nossas
Verdades, nossas vontades pessoais livres das influências do mundo externo. Quem somos de verdade? O que queremos ser? Em que acreditamos? O que queremos viver e o que deixaremos para trás?
Estas questões serão cada vez mais colocadas em nossa estrada, e, à medida que decidirmos por nós, e não por valores antiquados ou pelos outros, receberemos energia para alavancar nossos belos sonhos.
Mas o que é receber energia? É acordar com vontade, é ter força para não desistir dos sonhos nos primeiros obstáculos, é acreditar mais em nós mesmos do que em valores que nos ensinaram, é encontrar as pessoas certas que nos ajudarão nas tarefas, é termos o corpo vibrando equilíbrio e assim conquistarmos saúde mental, física e emocional.
Alguns farão coisas que sempre quiseram e não tinham coragem. Outros descobrirão vontades novas que na verdade sempre existiram, mas não podiam respirar. Encontros e despedidas. Algumas dores para encontrar novas alegrias. Enfim, vida.
Sobre a Velha Energia que se finda, ouvi uma metáfora bem interessante, quando tentava explicar o processo, talvez seja útil para alguém.
Pense que as antigas energias sutis existiam na camada energética da Terra, como as reservas de petróleo no seu subsolo. Apesar de esforços serem feitos todos os dias para criar novas formas de energia, pois sabemos que é uma fonte limitada, o mundo atual foi criado com base no petróleo e precisa dele para continuar existindo como é.

Mas imagine lá na frente. Imagine a última gota sendo extraída. Se as reservas se extinguirem, as conseqüências não serão instantâneas, levará algum tempo até as pessoas terem consciência disso, e mais um tempo ainda maior para que isso influencie nas suas vidas. E ainda teremos as reservas de distribuidoras, dos postos, dos carros.

Podemos prever corridas pelo pouco que restaria, saques e disputas (é o que sentiremos entre os que se alimentam da velha energia), mas nada impedirá a extinção da fonte. Em algum momento ela se findará, e tudo o que se move através dela, não mais funcionará.

Este será o momento de se voltarem para os pesquisadores, para as pessoas de cabeça e consciência aberta que há muito já sabiam que isso aconteceria, e se prepararam para aquele momento. Deixarão de ser lunáticos, para se tornarem a esperança.
A falta de petróleo nós sabemos onde pode chegar. Mas o que acontece com a Velha Energia se extinguindo?

Doenças, mortes, desilusão, desencontros, perturbação, conflitos por coisas que nem valem mais a pena, perda da fé em antigos valores, perda de poder de grandes líderes, quem sabe?
Apesar de um quadro aparentemente triste, ele retrata a queda da falta de respeito, da falta de liberdade, da falta de amor, e a oportunidade da humanidade renascer.
Claro que todos nós que já prevíamos a extinção da fonte queremos mesmo é paz, e continuaremos a vibrar Amor para a humanidade e para o planeta.
Contribuiremos com a elevação de consciência de cada vez mais pessoas, amenizando o caos e a tristeza.

Mas agora temos um novo horizonte. Agora é o momento de focarmos as nossas realizações pessoais com amor e

justiça, na intenção de construir algo novo, individualmente, cada um na sua missão: novos projetos de vida, uma nova profissão, um novo negócio, um casamento, um filho, uma nova casa, uma nova história, uma nova forma de se relacionar com as mesmas pessoas de sempre, novas maneiras de conviver com o tempo, com a alegria, o amor, o sexo, a comida, a dança, as amizades, as ambições. O novo está em todo o lugar, oferecendo uma nova forma de viver. Aproveite!
E a cada dia, agradeça. Pois tudo só esta acontecendo, por puro Amor. Seja da Mãe e do Pai, seja do outro ao nosso lado, de quem está do outro lado do mundo, ou nosso próprio amor.

E isso é simplesmente maravilhoso.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Amanhã será hora de voar

Uma poesia, uma história
"Cansei de viver sonhando
com coisas que deveriam ser reais
Cansei de pedir
o que já deveria ser meu
Cansei de explicar
o que já deveria ser sabido
Cansei de repetir
coisas que já nem acredito
Cansei, cansei, cansei
Cansei do beijo, da cor,
do suor, do cheiro,
cansei da dor
Cansei do olhar vago
como se eu fosse transparente
Cansei de olhar no espelho
e não saber quem vejo
Cansei de dizer coisas
que ninguém escuta
Cansei, minha Deusa, cansei
Graças a Deus,
Eu cansei."

Dentro da Tríade que forma a Deusa - virgem e filha , amante e mãe, e sábia anciã - a mulher ainda tateia o chão, querendo levantar.
Amante e mãe, mãe e amante. E ainda eu mesma.
Ainda sinto o chão duro sob meu corpo, o ar quente, e um cansaço inerte de quem esteve parada na mesma posição por tanto tempo que não sabe mais afirmar quanto.
Cansada de guerra. Cansada da luta no mundo sem sonhos.
Acordar a mulher, a consorte, a amante. Tarefa infinitamente complicada para alguém que já nasceu anciã. Ou simplesmente, guerreira.
A mera imagem do que pode ser, assusta, mas apaixona. O poder é imenso, o olhar profundo e certeiro, o corpo quente e vivo. As mãos – especialmente as mãos – são delicadas e sábias, flexíveis, veladas, focadas e fortes. A pele macia sente demais. Não raro quando se ouve um pedido para que se acalme a sensibilidade aflorada, por não controlar os sentidos, por perder, chorar, por não saber se resguardar.
Os cabelos são como coroas e mantos, emoldurando, dignificando a deusa que os carrega. Assisto o amor que têm por eles, e, com um aperto ao peito, sinto uma memória nublada, e a certeza de saber ser um castigo especialmente cruel ser obrigada a ficar sem eles.
Ser mulher. Viver mulher. Vibrar mulher. Conviver mulher. Compartilhar mulher. Dividir mulher. Doar mulher. Receber mulher.
Este resgate é infinitamente duro, mas ao mesmo tempo, a coisa mais importante neste momento.
Manifestar a Deusa através do corpo, do sangue, do coração. Cicatrizar, através da sabedoria e amor, as dores e memórias antigas, e renascer com belas asas, voando longe do casulo onde se viveu por tanto tempo. Mas há tanto a aprender...
A cada nova tentativa, um passo dado, mas ainda falta um pouco de força – ou de sabedoria.
Novas cicatrizes, contempladas com um quê de tristeza, demoradamente, acompanham o pensamento de que “acreditava ser desta vez que eu poderia voar...”
Uma irmã mais sábia me canta uma canção de consolo: “A dor é uma ilusão que alimenta a falta de segurança da alma. Não existe o duro chão, ou cortes no seu belo corpo de luz. Este é o espelho que “o que já não é” reflete. Ilusão.
Eu quero muito levantar. Mais que tudo. Mas não consegui ainda.
A cada dia eu percebo mais que estou pronta, que curei minhas feridas, que abri minhas verdades, que recebi ajuda e amor. A cada dia eu acredito mais que posso levantar.
Eu sei que quando isso acontecer, tudo o que ficará será passado, e nada mais levarei comigo. Serei apenas eu mesma, sem mais nada externo a me confundir as verdades.
Mas ainda não pude.

Eu fiquei olhando o céu, a janela, o sol brilhando, me convidando a sair. Eu sonhei com o que faria se levantasse. Eu sorri sozinha.
Aconcheguei meu corpo ao travesseiro, e senti uma mão leve e rósea acariciar meus cabelos, continuando a cantar “calma, você tem tempo...
E não fui. Fiquei. E ficando, tudo ficou como está.
E me arrastei por mais um dia inteiro, vivendo o passado que já não é.
Quem sabe amanhã...


Sobreviver...

Tem sido um período desafiador e intenso.
Tantas dores a libertar...
Peço ao Céu que transmita toda a energia que a família de Luz permite que eu focalize e sustente, a todas as minhas amadas irmãs que ainda procuram sua Paz interna.

Foco na cura do coração cansado que estressa o corpo, que faz doer a coluna, as pernas, a cabeça, a alma.
Foco na beleza da alma que é pura de Luz.
Porque o dom de criar um novo amanhã é apenas seu! De mais ninguém!
É no seu ventre que o rebento sagrado é gerado, iluminado com o sêmem do Masculino Verdadeiro, este que respeita e ama, sem machucar.
O mundo agora é o que você sente e vê, e não o que te vendem com lógicas que não fazem mais sentido algum.
Não deixe que te enganem.
Liberdade. Mesmo que muito cara.
Mesmo porque, cara demais, é a morte dos seus sonhos.
Sobreviver. Para poder, enfim, renascer.

Um grande beijo a todas as guerreiras da Luz (e aos cavaleiros que, corajosamente, se dispoem a amá-las).

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Fechando o Ciclo - 11:11

Uma história

Estou nas brumas. As mesmas que me envolveram quando o inevitável aconteceu. Não sinto dor, nem medo. Sinto saudades, melancolia, nostalgia doce de algo que existe em algum lugar, mas ao mesmo tempo, parece estar voltando para dentro de mim.
Há dias, resgatei meu baú pessoal, e reencontrei minha bela pérola azulada; a energia da Lemúria que mora em mim estava ali, ao meu toque e sensação (contei esta história dias atrás). Não quis ficar lá, mas voltando, ainda não compreendi o que restou, mudou ou transcendeu em mim.
As vozes se cessaram há alguns dias, depois de mais de vinte e quatro anos.
“Elas não se foram. Estamos todos aqui.”
Então por que me sinto tão só, escuto um silêncio enorme e não percebo mais ninguém? Em que sintonia estranha eu estou vibrando?
“Está tudo bem. Esta é a hora do silêncio. Do Silêncio Sagrado.
Tudo já foi feito e escolhido. Estamos a uma pequena parte de tempo das grandes aberturas. O mundo renasce dentro dele mesmo, assim como cada uma das almas conscientes.
É justo que isto aconteça, pois as dores da transformação foram repartidas e compartilhadas – dúvidas e revoluções – e agora, o renascimento e sua glória, também.
Nada pode ser efetivamente planejado agora, antes do nascimento. É tempo de espera, de recolhimento, de análise, de agrupamento, de juntar energias. O fazer virá. Isto é certo. Como quer participar?”
Eu não sei. Penso dentro do meu coração, e sinto algo. Eu quero ser por fora o que sou por dentro. Quero que as pessoas me vejam sem máscaras. Quero me libertar das expectativas dos outros, e acredito que a melhor forma de fazer isso é ser externamente o que aprendi e aceitei ser por dentro nestes últimos anos de auto-conhecimento, transformação e muita dor vencida e curada.
Eu não quero mais ter que fazer coisas ou ter que ter atitudes. Eu quero libertar naturalmente o que nasce dentro de mim, e ver florescer, sem pressão ou culpa. Eu quero poder servir a mim mesma.
“Pois é isto que falta. Deixando de servir ao outro, uma enorme cratera se abriu em sua mente, apesar de ter certeza de que seu coração está mais livre e leve. Esse vazio só pode ser preenchido pelo auto-serviço. Precisa servir a você mesma! Cuidado, você não pode procurar outros senhores, sem perceber. Ninguém de Luz pedirá seus serviços. Ao contrário, todos oferecerão apenas parceria.”
A voz doce de Guinevere se vai com perfume de rosas.
Outra mais forte chega.

“Você não precisa que ninguém dê permissão para que inicie, ou que te ditem regras. Você está a serviço de si mesma, e isto é novo em vários milênios de vida. Madalena não quer seguidoras, ela quer irmãs.”

E a voz me arrebata, como há tantos anos acontece comigo, e já faz parte do que conheço por normal. Meu corpo sutil está em outro lugar. As cores são mais nítidas e brilhantes. Vejo uma fonte de água, feita de belas pedras artisticamente postas em círculo, em meio a um bosque. Joana, a dona da Voz, está ao meu lado, com seu vestido azul claro e branco, segurando a saia, e me oferecendo um copo de sua água.
“É a água da consciência. Ajuda a limpar a alma de sentimentos que precisam ir, libertando assim a mente criativa e a visão apurada.”
Fecho os olhos e respiro profundamente, antes de encarar o copo de ouro belamente entalhado. Eu desejo muito que a água traga o que contém, para dentro de mim. Mas você acha que estou preparada para viver isso, Joana?
“Mas então não chegou você mesma até aqui?
Não enfrentou distâncias, separações, decepções, tristezas e dores físicas agudas e internas? Não foi olhada como nunca quis ser, não disse o que nunca desejou ter que dizer, não rompeu as barreiras da sua armadura interna de honra e idealização de vida? Por que não querer a cura para as feridas que surgiram na estrada da sua história?”
Respirei sem respostas. Aquela água me parece poder enterrar tudo que conheço como verdade e real até agora, ou o que minha consciência pode ver desta forma. O que isto pode gerar?
Joana, então, faz o de sempre: me desafia.
“Não acredita que sua essência sabe escolher?”
A água é doce e de temperatura amena. Sinto que ela corre no meu corpo, levando um friozinho ao peito.
Sento em uma pedra, ao lado da fonte, para pensar e colocar minhas idéias e meu corpo mental no lugar – parecia que era mesmo neste nível que ela tinha maior poder. Ela me olhava, brilhante de Luz.
“Este mundo é seu! Há éons de luz que luta e dedica energia a ele! Já o viu desabar várias vezes, já morreu e renasceu com ele tantas vezes pôde suportar. Não acha que é o bastante?
Mas não foi por ele que caiu, mas pelos que nele vivem. Por você, por mim, por todos nós. Mas agora, cada um pode andar ao encontro de seu próprio destino.”
Por que ainda não faço o que me propus a fazer? Por que empaco, não ando, vejo o tempo passar e não crio através dele?
“Porque precisa abrir a última cortina. É ela que se vai agora. Com ela vão os equívocos e todas as razões desencontradas com a verdade.
Assumirá você mesma, com tudo que a inclui. Sem medos ou reservas. Preparada para apenas existir e honrar seus dias como senhora da Luz.”
Joana, o mundo ainda me parece bem pesado. Somos nós que vamos aprender a conviver com isso ou ele vai mudar de repente?
“Ele já mudou!”
Mas e tudo que vemos todos os dias?
“São ilusões, irmã. Vão definhar com o tempo, assim como os sistemas, os valores, os poderes e os corpos que se alimentam delas. Muitas mortes, muitas quedas, muitas doenças, muitas tragédias. Simplesmente porque não existe mais a grande raiz que as sustentou por milênios.
É claro que leva algum tempo para que estas coisas aconteçam, pois a raiz sempre foi forte e não cairá de uma hora para outra. E vão se segurar firmemente ao que puderem, até o fim. Mas ela já está morta. O coração da Terra antiga já morreu, se desligou do mundo tridimensional, e seu último suspiro se vai neste último portal. Quem fica ligado a ela será como os espíritos perdidos que se prendem ao corpo que se decompõe. Triste, lento e dolorido. Mas inevitável.
Tudo o que você vê já não é mais. É só uma casca sem chão nem vida, que desabará em algum momento.”

Algo dentro de mim ficou mais calmo, então. Então é verdade o que sinto...

“Se você arranca uma planta da terra e a deixa descoberta, sem terra ou água, ela não morrerá na hora. Vai definhar aos poucos, perder o viço, a beleza, começar a secar, até que finalmente, morrerá. O tempo depende de quão forte ela era e de quanta energia acumulou dentro de si. Mas morrerá em algum momento.
Tudo o que dói agora é o que está ligado ao antigo e sem vida, e que agora agoniza sem alimento. A dor agora não é mais uma realidade. Se tem dores no corpo, na alma ou nos pensamentos, liberte-as imediatamente, pois estão ancorando parte de você no antigo. A fonte de vida antiga foi encerrada, e tudo que precisa dela para viver, com o tempo, adoecerá e morrerá com ela. Não importa quanto tempo esta energia vai levar para se dissipar de cada célula ainda vigente, mas ela vai terminar. E quando terminar, apenas a nova fonte alimentará as novas consciências.
Mas se plantarmos a árvore arrancada às pressas em novas terras, ela ainda sofrerá, levará tempo para se adaptar, mas poderá sobreviver. É o que pode acontecer com os que recorrerem aos últimos momentos de transição. Será um período penoso, traumático, mas possível de terminar com sucesso.
Poderá parecer um longo período para eles, mas é bem pequeno para a história do planeta e de cada indivíduo em questão.
Quase tudo o que foi arrancado aos poucos da velha energia nestes últimos anos, foi feito com uma parcela de dor. Não porque deveria ser assim, mas porque o apego é maior que a entrega. O apego gera dor, a entrega traz esperança. O apego preza a segurança. A entrega substitui a idéia de segurança pelo sentimento da fé.
As brumas são verdadeiras. Elas significam que a nova energia ainda não foi compreendida e desvendada. Mas já foi alcançada! Isso é muito bom.
Agora que já abasteceu sua alma com a água sagrada, lembre-se de que sempre uma Senhora guarda as águas dos acontecimentos e do que será. Isto marca um ponto sagrado. Isto é o que aconteceu aqui, isto já aconteceu há muitos milênios atrás, você sabe.”
Eu sabia do que ela estava falando, e memórias antigas me invadiram docemente.
E ela sorriu, finalmente. E eu sorri de volta, aliviada.
Está tudo bem. A dor vai cessar na medida que eu deixar ir. Mas deixar ir o que? Tudo que estiver relacionado com a dor. Esta é uma viagem pessoal e intransferível.
Voltando, meu corpo físico parece mais forte. Minha mente, mais leve.
Vibro para que os vazios sejam preenchidos por nova energia ainda a ser revelada. E não peço controle de tudo. Minha mente ainda não poderia entender e controlar todos os mistérios que vivemos nesta era de ouro e luz.
E usando as palavras de um velho amigo, apenas me desejei “Luz, paz e prosperidade!”.


Portal 11/11/2011

É quase inacreditável que chegamos todos até aqui. Depois de décadas de trabalho e busca, esforço e entrega, estamos nos alinhando com o momento clímax do trabalho do 11:11, a entrega final.
Neste último portal, finalmente o coração da antiga Terra será totalmente transmutado, e sua energia não mais fluirá. Sei que existem mais outras dezenas de explicações e detalhes específicos sobre o momento astronômico e cósmico para estes dias, mas minha intenção é – como sempre – falar de alma e coração.
Toda a comunidade de Luz está resplandecente, comemorando a vitória e conquista. Eu, pessoalmente, estou aliviada, pois as dores de transição estão se cessando a cada dia, e a chama da alegria pode novamente dar o sinal da sua graça na minha luz interna. Terminamos os dias de trazer para dentro de cada uma de nós, voluntárias filhas de Shekinah, uma parcela da dor do mundo para transmutar e libertar. Isso é muito bom de sentir. Liberdade.
Neste dia 11 de Novembro de 2011, a chama antiga será finalmente apagada, e isto significa que a nova chama atingirá pela primeira vez, o seu potencial total. Algumas divergências de datas foram divulgadas (alguns afirmam que a concretização da transferência ocorre dia 21/12/2011, aproveitando a energia do Solstício, e outros a colocam no final do ano que vem), para mim, que me coloco no colo da energia Mãe, acredito que estes são apenas detalhes. Não importam dias ou meses depois de séculos de trabalho. O importante é que meu coração sente – como muitas irmãs e irmãos pelo planeta – que algo novo resplandece apesar das dores e fortalece mudanças e esperanças no mundo todo.
Para os que compartilham da Energia da Mãe, entretanto, a data citada foi informada como final, e repasso o que foi transmitido nos círculos de Luz: conectem suas energias aos novos valores – responsabilidade pelos próprios atos e suas conseqüências, respeito e amor às diferenças, igualdade entre todos os valores e pensamentos, poder pessoal, auto-estima e auto-aceitação, e liberdade para qualquer verdade – e aproveitem o colo da Grande Mãe no processo de ancorá-los na sua vida pessoal.
Li várias recomendações para este dia, como meditações às 11:11hs, não comer carne, não ir trabalhar.
Muitas pessoas me perguntam: mas afinal, o que vai acontecer?
É muito simples: a energia velha será desligada. Tudo o que precisa dela para viver, que já está em colapso energético há algum tempo, deixará de ser alimentado, e só a nova fonte vibrará. Alguns sentirão uma alegria incrível, ou alívio, ou o silêncio. Outros, dor e solidão. Talvez desespero. Mas acreditamos ser impossível alguém ficar totalmente alienado ao processo.
Outra pergunta frequente: “mas se esta nova energia estará disponível agora, para sempre, por que se esforçar tanto para recebê-la exatamente neste momento?”
Porque o momento de transição define a força de ignição com a qual o novo coração irá pulsar. Quanto mais pessoas atraírem sua energia no momento inicial, mais forte a energia nova pulsará pela Terra, maior força ela poderá libertar e seu curso será mais dinâmico e proveitoso. É mais ou menos como que se a demanda definisse a potência com a qual a energia será impulsionada.

Sabendo disso, fica lógico que, se o corpo físico estiver mais leve (sem alimentos de energia pesada para digerir como carne, muita gordura e enlatados) terá mais condições de absorver maior quantidade de energia que será emanada pelo novo centro.
E é claro que se você puder estar em um lugar sagrado, meditando no seu Silêncio Sagrado, em vez de atendendo clientes ou em reuniões de negócio, seu corpo mental será muito mais agraciado.
E se puder dividir este momento depois de um bom banho aromático, vestindo algo claro e confortável, com pessoas que ama e se importa, cercado de flores e imagens agradáveis, seu corpo emocional se abrirá mais facilmente para tudo que virá.
E definindo dia, hora e minuto, fica mais fácil agrupar intenções.
È uma questão de lógica, não acha? Nada de segredos...
O importante é que cada um faça o que for possível e mais coerente com suas convicções e prioridades, nestes momentos.
Quanto ao fuso horário, alguns definem o horário de Greenwich, outros, os horários locais. Para a Mãe Terra, porém, um ciclo de um dia (a cada hora, um pedaço dela acionando sua energia) é tão proveitoso quanto todos exatamente ao mesmo tempo. Diante da grandeza da sua vida e da sua longa jornada, um dia é praticamente um mesmo momento.
Eu acredito que estamos entrando na era da Liberdade e da diversidade. Se tudo fosse regrado com dureza inflexível seria, já no conceito, contraditório à energia que quer sustentar. Discussões sobre recomendações e obrigações não podem se manifestar na nova energia. Todos que recebem esclarecimentos têm a missão de propagá-los, e de aceitar os esclarecimentos de todos os outros, pois cada um encontrará eco em seu coração sobre qual direção tomar. E todas estão certas, quando refletem um coração em trabalho à Luz, e se completam, ao invés de se contradizer.


E como sempre digo para minhas filhas: tudo sempre fica bem, quando obedecemos ao nosso coração.

E não se esqueçam de compartilhar suas experiências! Feliz portal para todos!